Órgão faz parte do sistema reprodutor feminino e é essencial na produção de hormônios
O que é o ovário?
O corpo feminino é repleto de órgãos com funções específicas e essenciais para a saúde e o equilíbrio do organismo. Entre eles, o ovário ocupa um lugar de destaque.
Embora muitas pessoas associem o órgão apenas à reprodução, sua atuação vai muito além da fecundação. Compreender a função do ovário é fundamental não apenas para entender o ciclo menstrual, mas também para perceber sua influência direta sobre a saúde hormonal, emocional e até metabólica da mulher.
Parte do sistema reprodutor feminino, o ovário é localizado em pares, um de cada lado do útero, na região pélvica. Tem o formato semelhante a uma amêndoa e mede, aproximadamente, 7 a 8 cm de comprimento, 4 a 5 cm de largura e 2 a 3 cm de espessura no período pré-menopausa e sem gravidez.
Sua estrutura é composta basicamente por dois tipos de tecido:
- Córtex: a parte externa, onde ficam armazenados os folículos (estruturas que contêm os óvulos)
- Medula: a parte interna, responsável pela irrigação sanguínea e pela sustentação do órgão
Função do ovário: muito além da fecundação
Quando falamos em função do ovário, é comum pensarmos imediatamente na reprodução. De fato, os ovários são indispensáveis para a concepção, mas sua importância vai muito além desse aspecto.
Eles atuam como verdadeiros centros de comando, desempenhando funções que influenciam não apenas a fertilidade, mas também o equilíbrio hormonal, metabólico e até emocional da mulher. Veja alguns exemplos:
Produção de óvulos e o ciclo menstrual
Os ovários são responsáveis por armazenar e liberar os óvulos. Cada mulher nasce com um número pré-determinado de folículos, estruturas que contêm os óvulos imaturos. Estima-se que, ao nascer, haja entre 1 e 2 milhões de folículos, mas esse número diminui naturalmente ao longo da vida.
A cada ciclo menstrual, alguns desses folículos começam a se desenvolver, mas apenas um (em geral) atinge a maturidade e é liberado no processo chamado ovulação. Se o óvulo for fecundado por um espermatozoide, poderá dar início à gravidez. Caso contrário, ocorre a menstruação.
Produção e regulação de hormônios sexuais
O ovário também é uma glândula endócrina que produz e libera hormônios fundamentais, como:
Estrogênio: regula o desenvolvimento das características sexuais femininas, participa da ovulação, influencia a lubrificação vaginal, a elasticidade da pele, o metabolismo ósseo e até a saúde cardiovascular
Progesterona: prepara o útero para receber um embrião, estabiliza o ciclo menstrual e tem efeitos no sistema nervoso central, promovendo sensação de calma
Testosterona (em pequenas quantidades): ajuda no controle da massa muscular, energia e libido
Esses hormônios não atuam isoladamente, e o equilíbrio entre eles é essencial para o bem-estar da mulher.
Alterações nos níveis hormonais, que podem ser causadas por doenças ovarianas ou pela menopausa, são capazes de trazer sintomas que vão de desequilíbrios menstruais até mudanças no humor, metabolismo e saúde óssea.
A função do ovário na saúde geral da mulher
A atuação dos ovários atinge o organismo feminino de diversas formas:
Sistema ósseo: o estrogênio estimula a fixação do cálcio nos ossos, prevenindo a osteoporose
Sistema cardiovascular: hormônios ovarianos ajudam a manter níveis adequados de colesterol e protegem contra doenças cardíacas
Saúde da pele e cabelos: os hormônios regulam a produção de colágeno e influenciam a oleosidade, refletindo na aparência da pele e dos fios
Aspectos emocionais e cognitivos: variações hormonais estão ligadas ao humor, sono, memória e até ao desempenho cognitivo
Ovários como termômetro da saúde feminina
Outro ponto importante é que a saúde dos ovários reflete o equilíbrio geral do organismo.
Alterações em sua função podem indicar problemas como resistência à insulina, distúrbios endócrinos ou inflamações. Por isso, observar o funcionamento dos ovários, seja pela regularidade do ciclo menstrual ou pela realização de exames ginecológicos, é uma forma de monitorar a saúde como um todo.
Os ovários e as etapas de vida da mulher
Uma curiosidade é que os ovários se adaptam em suas funções de acordo com etapas da vida da mulher. Entenda:
Infância e pré-puberdade: os ovários já existem, mas permanecem “adormecidos”, sem liberar óvulos nem produzir hormônios em quantidade significativa
Puberdade: com a ativação hormonal, os ovários passam a produzir estrogênio e progesterona, iniciando a menstruação e a maturação dos óvulos
Idade fértil: período em que os ovários estão em plena atividade, liberando óvulos mensalmente e regulando o ciclo menstrual
Gravidez: durante a gestação, os ovários continuam a ter papel hormonal, mas a placenta assume grande parte da produção de hormônios
Menopausa: por volta dos 45 a 55 anos, os ovários entram em declínio, cessando a produção de óvulos e reduzindo a produção de hormônios, o que gera sintomas como ondas de calor, insônia e secura vaginal
Cisto no ovário, SOP e outras doenças ovarianas: o que são e como afetam o órgão?
Diversas condições podem comprometer a saúde dos ovários, impactando sua função hormonal e reprodutiva. Entre as mais comuns, estão:
Cisto no ovário
Um cisto no ovário é uma bolsa cheia de líquido que se forma no interior ou na superfície do órgão. Em muitos casos, é assintomático e desaparece espontaneamente. Porém, cistos maiores podem causar dor abdominal, alterações menstruais e até dificuldade para engravidar.
Síndrome do ovário policístico (SOP)
A síndrome do ovário policístico é uma condição hormonal caracterizada pela presença de múltiplos cistos nos ovários, acompanhada de irregularidades menstruais, aumento de pelos corporais, acne e ganho de peso. A SOP consegue afetar a fertilidade e aumentar o risco de diabetes e doenças cardíacas.
Outras condições
Endometriose: quando o tecido do endométrio cresce fora do útero, com possibilidade de afetar os ovários
Câncer de ovário: doença silenciosa que, quando diagnosticada precocemente, tem maiores chances de tratamento eficaz
Insuficiência ovariana precoce: quando os ovários deixam de funcionar antes dos 40 anos
Essas condições reforçam a importância de acompanhar regularmente a saúde ginecológica com um médico ginecologista para garantir que a função do ovário seja preservada.
Como cuidar da saúde dos ovários? Entenda o papel do ginecologista
Manter os ovários saudáveis exige uma combinação de hábitos de vida e acompanhamento médico com o ginecologista. Algumas medidas importantes incluem:
Consultas regulares ao ginecologista: são fundamentais para avaliar o funcionamento dos ovários, identificar alterações precoces e prevenir complicações
Exames de rotina: como ultrassonografia pélvica e exames hormonais, que ajudam a monitorar a saúde ovariana
Alimentação equilibrada: rica em frutas, verduras, legumes e alimentos integrais, que auxiliam no equilíbrio hormonal
Prática de atividade física: favorece o controle do peso e reduz o risco de resistência à insulina, especialmente importante para mulheres com SOP
Evitar automedicação: o uso indiscriminado de hormônios ou outros medicamentos é capaz de prejudicar a função ovariana
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Referências
Escrito por Vale Saúde
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